segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Crítica: Se Beber Não Case - Parte II (The Hangover Part II)

Continuação do grande sucesso de 2009, "Se Beber Não Case", e ainda com direção, roteiro e produção de Todd Phillips, o longa trás as mesmas idéias do primeiro filme, só que tendo como cenário a Tailândia. Outro diferencial é o fato de ser muito mais nojento, grosseiro e apelativo que o original.

por Fernando Labanca

Depois das loucas aventuras em Las Vegas, o trio de amigos Stu (Ed Helms), Phil (Bradley Cooper) e Doug (Justin Bartha) estão prestes a embarcar em uma nova viagem, isso porque o dentista Stu vai se casar com Lauren (a belíssima Jamie Chung), e respeitando a idéia da família da noiva, o casamento seria na Tailândia. Tudo ocorria bem até que o noivo, que até então evitara uma despedida de solteiro para não se envolver mais em confusões, é obrigado a convidar para a viagem o cunhado de Doug, Alan (Zack Galifianakis) que sofre por não esquecer os grandes momentos que teve com seu "trio de lobos".

Mas eles encontram novas confusões quando, depois de algumas bebidas, acordam longe de tudo, num local desconhecido, com outros costumes e outras leis. O problema maior é que desta vez perdem de vista o cunhado de Stu, jovem estudioso e queridinho do pai (Mason Lee), e tudo vai caminhando para o verdadeiro caos, quando reencontram com o mafioso Chow (Ken Jeong) e descobrem que ele os meteu em uma grande enrascada, envolvendo uma dívida milionária com o chefão Kingsley (Paul Giamatti). Então Phil, Stu e Alan tentam relembrar o passado através de pequenas pistas até que conseguissem resolver os problemas, mas principalmente, reencontrar com o cunhado e voltar para o casamento a tempo...e a salvo. 


A história é basicamente a mesma do primeiro. Ás vezes parece que o roteiro fez questão de ser o mesmo, logo que já na primeira cena nos deparamos com o mesmo ocorrido, a mulher de Doug conversando com Phil pelo telefone e ele avisando que tudo ocorrera mal, é quando o filme se desenvolve até encontrar aquele ponto da conversa e descobrimos os porquês de tudo ter dado errado. Eles só trocaram o cenário, de Las Vegas para Tailândia, e a grande vítima, o que antes era Doug, interpretado por Justin Bartha, que dessa vez faz ponta em papel dispensável, aqui é o cunhado de Stu. E ainda há problemas com mafiosos, strippers e animais. O filme também finaliza exatamente da mesma forma, com os amigos revendo as fotos reveladoras. Se a intenção era fazer com o que o público que admirou o primeiro se identificasse com a sequência, acredito que isso poderia ser feito simplesmente mantendo o bom nível do humor e do roteiro, mas sem a necessidade de copiá-lo, o que de fato, há uma cópia no formato, Todd Phillips utiliza as mesmas fórmulas, ainda com elementos criativos, mas nada inovadores e longe de serem tão bons quanto o original. 

O elenco mais uma vez agrada, Bradley Cooper é carismático e bom ator, Ed Helms e Zack Galifianakis dão o tom da comédia, sabem ser engraçados, divertem facilmente e na tela, desenvolvem muito bem seus personagens. Mais uma vez, Justin Bartha, dispensável, realmente não entendi sua presença e o roteiro nem se esforça para criar um elo entre ele e todo o resto da trama. Há boas presenças de Paul Giamatti e a surpreendente aparição do diretor Nick Cassavetes. Ainda há Ken Jeong, engraçado, mas infelizmente vem dele uma das piadas mais forçadas e apelativas que vi nos últimos anos. Que aliás, este foi o grande erro de "Se Beber Não Case 2", ser apelativo, e junto com a apelação, ser grosseiro e porque não, nojento. Vai muito além de ser um filme para não se ver com a família, vi sózinho e ainda assim me senti constrangido, além da grande maioria das piadas não serem engraçadas, o roteiro se utiliza do humor de mais baixo nível possível. 

Ainda há boas cenas, se destacando a variedade de cenários, direção eficiente de Todd Phillips, bela fotografia, ainda uma trilha sonora bem realizada e que se comunica bem com as imagens e atores carismáticos e competentes nos papéis principais, entretanto, o que se destaca em "Se Beber Não Case 2" são elementos desagradáveis, de um humor fraco, apelativo, que constrange e que não trás nada de novo para o cinema assim como o primeiro filme fez. Teria sido um bom filme, mesmo que copiasse o mesmo formato do original, mas que levasse dele também, a inteligência do humor e que prendesse a atenção do público pela genialidade das idéias, pelas boas sacadas, não pelo exagero, pelo humor forçado que perde sua graça justamente por apostar na grosseria. Não Recomendo.

NOTA: 4,5

[Crítica: Se Beber Não Case]


Um comentário:

  1. Em geral, eu acho que a trilogia Hangover é muito boa, não o terceiro muito, mas ainda temos muito boas piadas.

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